Copacenter

Status: Arquivado.

Antes do “multiplayer” ser uma voz solitária num headset, ele era o calor de trinta pessoas espremidas numa sala sem janelas no centro da cidade.

O Copacenter não era apenas um pseudo shopping; era um santuário de cimento. Numa época em que ter um video game em casa era luxo de poucos, a gente não comprava o jogo, a gente alugava o direito de existir naquele espaço por alguns minutos. A tela não isolava, ela aglomerava. Jogar era um ato de ocupação, ombro a ombro, respirando o mesmo ar viciado e disputando a hierarquia do bairro numa ficha de metal. 

Essa estampa fotográfica não registrou um prédio. Ela capturou o fantasma de uma era onde a conexão era física, suada e real.

O lugar mudou, as máquinas sumiram, mas a estampa congelou o tempo.

Quem garantiu, leva no peito o registro de quando a tecnologia nos obrigava a olhar para o lado.

// GAME OVER. ARQUIVADO.

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